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CONTATO IMEDIATO DE PRIMEIRO PONTO


Antonio saiu de casa às três da manhã em direção à garagem da empresa para a qual trabalhava, dirigiu pouco mais de trinta minutos e estacionou seu carro e foi buscar o coletivo que estava terminando de abastecer para começar a viagem.

O motorista, já acostumado com a rotina, pegou seu Volvo e se dirigiu para o Terminal Cachoeirinha de onde partiria em sentido a Lapa, estacionou na plataforma e aguardou os primeiros passageiros subirem, coisa de vinte e poucos passageiros.

Todos embarcados e Antonio iniciou seu trajeto, ao avistar o sinal de parada do primeiro ponto começou a manobra para pegar os passageiros no primeiro ponto depois do terminal.

Uma luz muito forte cegou Antonio, que teve que colocar o braço em frente ao rosto para se proteger. Ele não conseguia acreditar no que via, nem Antonio, nem Pedro seu cobrador e nem os vinte e poucos passageiros que transportava.

Eram quatro seres humanoides de gêneros diferentes uns dos outros.

O primeiro ser era de corpo alongado e cabeça desproporcional ao corpo, tinha em torno de dois metros e meio e vestia algo parecido com uma bata longa e branca, seu corpo era magro e acinzentado e seus olhos eram de um negro brilhante enquanto seu semblante era de tranquilidade e paz.

O segundo ser, logo a sua esquerda, era mais parecido com um lagarto ou um crocodilo, era robusto e baixo, tinha a altura de um humano comum e sua pele parecia ser grossa, com escamas e garras no lugar de unhas, tinha o peito nu, mas vestia algo mais parecido com os saiotes que os egípcio antigos usavam, sua língua de reptil dançava da boca pra fora e voltava como o sibilar da língua de uma cobra, metia muito medo em todos.

O terceiro ser, ao lado direito do primeiro, era muito parecido com ele, à diferença é que era mais baixo, muito mais baixo, tinha uns oitenta centímetros e vestia uma liga azulada que cobria o corpo todo com exceção dos pés, mãos e cabeça, também tinha os olhos negros e grandes e a cabeça desproporcional ao resto do corpo, este sorria um sorriso amigável, mas não passava tranquilidade.

O ultimo era literalmente lindo, tinha a forma feminina de cabelos loiros e orelhas pontudas, usava um vestido prateado brilhante com detalhes em dourado e couro, era alto, cerca de um metro e noventa e estava sereno, este olhou para o primeiro ser e meneou a cabeça em sinal positivo.

O ser cinza gigante se aproximou da porta do coletivo, que por vontade própria se abriu e permitiu que ele entrasse e se dirigisse diretamente a Antonio sem mover os lábios, mas se deixando escutar em sua cabeça:

- Fique calmo meu querido, nós viemos em paz, sem clichês, seu veiculo de transporte e todos dentro dele estão seguros, vamos fazer algumas perguntas e deixa-los seguir seu caminho, só se acalme, nosso líder ira proceder de forma tranquila para que não fiquem nervosos enquanto eu e meu auxiliar examinamos você e os demais ocupantes, a propósito, meu nome é Rakna, sou habitante da trigésima quinta estrela a direita do planeta que vocês chamam de mercúrio e sou um dos que visitam este planeta desde o tempo dos faraós, não me cabe lhes fazer mal algum.

Rakna encostou seus dedos indicadores de ambas as mãos na têmpora de Antonio e como que em transe começou seu exame.

O exame durou alguns segundos, assim Rakna sorriu para Antonio e se dirigiu para o cobrador que estava boquiaberto enquanto o ser loiro se aproximou do motorista colocando a mão em seu ombro:

Não vou me comunicar por telepatia com você meu querido, saiba antes de tudo que eu te amo, assim como amo toda essa raça linda a qual você pertence, meu nome é Yoccrink e sou a guardiã do povo da luz, estamos acampados em seu sol, pois nossa galáxia é distante e precisamos estar sempre zelando pela paz de vocês junto ao tratado de Huborn, sou o escolhido para liderar essa expedição junto aos meus companheiros de viagem, como disse Rakna, não lhes queremos mal, mas nossos amigos que estão fora do veículo estão aqui para nos proteger, é comum da humanidade atacar o que não entendem então nós achamos que precisaríamos manter a paz de nossa curta visita, eu estou zelando seu planeta desde a extinta era dos repteis gigantes que vocês chamam de dinossauros, são os ancestrais diretos de Mahhar, que por dedução você já deva saber qual de nós o é.

Mahhar era o segundo passageiro da nave flutuante estacionada em frente ao coletivo, subiu ao ônibus com uma arma em punho, era uma arma de corpo brilhante que armazenava um liquido muito parecido com o gelo, e a função desta era exatamente essa, congelar o agressor, Mahhar se aproximou de Antonio e sibilou sua língua no suor que escorria, sorriu exibindo três fileiras de dentes pontiagudos:

Você fede a medo humano, faz o ssssscerto, medo vai te impedir de sssssser morto por mim ssse tentar alguma grassssssinha, e issssssso cabe a todossss vosssscês sssssseres inferioressss, eu matarei o primeiro que tentar ferir o nossssssso amado líder! Disse apontando sua arma para todos no ônibus, exibindo olhos que mudaram do verde para o vermelho se arregalando.

Atrás de Mahhar veio Neijin, o ser baixo acinzentado, estava ele munido de uma caixa térmica que continha alguns tubos de ensaio e hastes de algodão nas pontas que serviriam para colher o suor daquelas pessoas no ônibus:

Com licença meu senhor, não vai doer quase nada, colherei amostra de sua glândula sudorípara e terei que colher amostras também de seu DNA para análise, eu prometo que serei rápido em deixá-lo confortável novamente.

Nejjin parecia submisso, se curvava e se dirigia a todos como meu senhor, era educado e parecia se compadecer dos humanos, se aproximou mais de Antonio e sussurrou:

-Se vocês se comportarem de acordo, isto acabará logo meu senhor, peço que mantenham a calma e assim que colhermos a amostra iremos embora, sem acidentes.

Quando o baixinho se aproximou do cobrador, algo saiu do controle, um senhor sentado ao fundo entrou em pânico e começou a gritar deixando todos à bordo apavorados, Yoccrink tentou acalma-lo mas foi surpreendido por outro passageiro que tentou lhe dar um mata-leão pelas costas e foi interrompido pela arma de gelo de Mahhar que entrou em parafuso:

-Eu matarei um por um nesssste veiculo imundo ssse alguém maisss tocar em meu sssenhor, eu avisei vosssscês lixo humano, não terei misericórdia!

Yoccrink olhou para Rakna novamente meneando a cabeça e esse fez com que o lagarto bombado se acalmasse.

-Me desssculpe meu lorde, não consssigo manter a calma com ssssua vida em risssco nesssse lugar.

-Tudo bem meu querido Rakna, só tente se acalmar, e obrigado por me salvar a vida.

Neste momento o dialogo foi interrompido pelo cinza baixo:

-Meu senhor Yoccrink, achei o que procurávamos esta aqui, no ventre desta humana, precisamos recolhê-la.

O mestre concordou e se aproximou da moça que aparentava trinta e poucos anos:

-Fique calma minha amada, há algumas semanas um de meus irmãos veio em exploração ao seu planeta e lhe conheceu quando estava na rua em que você habita, ele se apaixonou por você e juntos vocês conceberam uma criança, essa criança é agora uma criança de meu sangue e vamos ter que levá-la conosco, infelizmente se deixarmos vocês aqui ambas irão morrer, você por falta de recursos tecnológicos de seu planeta, e a criança assim que descobrirem que o sangue que verte de suas veias é composto do que vocês chamam de ouro. Você será bem vinda para viver entre nós se assim o desejar, mas a criança por ser de sangue nobre não poderá crescer na terra, espero que me entenda e me perdoe, vocês estarão bem, isso eu juro por minha própria vida... Minha cunhada. E sorriu.

Um senhor tentou protestar, mas foi calado pela própria gestante:

- Que bom que o pai de meu filho não sumiu, e não me surpreende ser de outro planeta, era um homem bondoso e cheiroso, estou com saudades dele, e como sou sozinha na minha vida eu vou com vocês sim, eu sinto sinceridade em suas palavras e paz no meu coração, estarei bem.

Yoccrink sorriu para a moça a levantando pela mão e direcionando-a para sua nave seguida dos demais seres.

A nave ainda subia quando Antonio olhou pelo vidro da frente:

-Essas meninas de hoje se apaixonam por cada um...

- FIM -

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